E assim corre e corre e corre tudo o que a vida nos trás... ao longo da nossa querida vida aí vamos experimentando os momentos que se vão aproximando de nós, vamos tentando tirar leves notas do que pode vir das coisinhas que vamos esperando e acabamos por caminhar pelo mundo dos sonhos com as pontinhas dos dedos pois apenas pequeninas passadas podemos dar com toda a imprevisibilidade que se pode encontrar e com tão pouco em que nos podemos agarrar para o que aí vem. O medinho também acaba por entrar connosco e lá nos vai abanando também, é a publicidade para onde olhamos enquanto estamos a espera no banquinho da paragem do autocarro, o equilíbrio é muito difícil de aguentar na ponta dos nossos pés enquanto que com as nossa mãos vamos tentando apalpar o que à nossa volta poderá estar... a única coisa que nos vai mantendo o equilíbrio é as pontas dos dedos da mão de outra pessoa que está na mesma circunstância que nós. Não dá para manter totalmente o equilíbrio mas é o que vai guiando o caminho e fazer-nos perceber que... vale a pena. A verdade é que não se caminha, felizmente, toda a vida pelo mundo dos sonhos e acabamos por ver este chão a desaparecer dos nossos pés para nos vermos no mundo mais real que pode haver, onde não estamos quentinhos na cama a imaginar coisas mas sim no fresco da noite, de braços carregados e um leve cheiro a gasolina no ar que nos desperta. Acaba-se o pensamento e tudo aquilo que fazia a cabecinha mexer-se mais um bocadinho e um bocadinho começa a passar para debaixo da pele, onde tudo o que são borboletas e arrepios reinam a seu belo prazer. Tudo se vai encaixando na realidade, nos momentos da nossa vida e vai se desencaixando de tudo aquilo que imaginávamos... sem nos apercebermos tudo vai ganhando uma vida própria e ganhando asas para nos mostrar tudo de uma outra perspectiva e nos revelar coisitas que estavam bem presentes no nosso caminho mas que só nos apercebemos agora ao levantar levemente a pedrita que faz o nosso caminho, essas coisitas que pensavamos nem existir estava bem presente em cada passo nosso. Torna-se tudo tão mágico e libertador quando tudo é deixado nas mãos de quem quer o melhor para nós , sem nada ser pensado em demasia... apenas colocadas as mãos no que é essencial e apenas com o essencial a palpitar dentro de cada um todo o resto foi acompanhado pelo vento que se sentia, não sendo rápido demais nem demasiado lento tudo foi aquilo que poderia alguma vez desabrochar em tais momentos. Ser naturalmente conduzido dá um despreendimento magnifíco e faz nascer em nós o que realmente é importante, não se torna uma sequência de imagens e momentos que vão para um albúm de recordações que acabará por ganhar pó mas torna-se a celebração de tudo o que esses momentos conseguem despoletar, desde o mais intímo de nós até ao mais superficial que temos... algo que nos percorre totalmente e nos faz ganhar uma nova vida, uma que se encaixa bem no nosso dia-a-dia. É muito mais que a junção de determinadas situações temporárias, é algo que faz parte, que é nosso... é assim que eu quero viver, é assim feliz que quero continuar. Foi um gosto diferente que se apoderou de mim, uma mistura de cores que se tornou o mundo em que habito... tudo na dose certa, nem sem sabor, nem demasiado açucarada. É a refeição mais saborosa que já provei, impossível de colocar em letrinhas... como podemos explicar os sabores da nossa vida? Como posso eu dizer a que sabe uma mistura de manga, com alperce, com chocolate, com pipocas, com menta, com cogumelos, com côcô? A que sabem as estrelinhas do céu? Não sei, só sei que me está a saber maravilhosamente... onde até a falta de sal de certos momentos é compensada da maneira mais terna pelas gotinhas de felicidade que apareceram. Muito foi possível passear naquele relvado que todos os dias deu repouso a tudo o que o dia trazia, com o pequeno manto da cor do céu para aconchegar. É assim que corre e corre tudo o que a vida nos vai trazendo e assim tem sido o doce acompanhar desta minha vida que está a ganhar um andamento muito bom... muito saboroso mesmo...
sábado, 6 de fevereiro de 2010
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