terça-feira, 30 de setembro de 2008

Riachos

É como os riachos. Pelos riachos corre um leve fio de água, não é muita mas o que importa é que não para, por vezes no seu caminho ocorrem uns remoinhos, por outras corre na maior das levezas… às vezes vai tão depressa que até sai fora do seu leito e outras corre tão bem que nem as rochas nem os pequenos arbustos magoa. Assim vai a água do riacho para se juntar ao rio onde ganha uma nova força, onde todos os fios de água procuram chegar a foz onde cada gota se perde na imensidão do mar. As vezes a minha vida parece mesmo um destes riachos, espero ansiosamente chegar ao mar e a maior parte das vezes o caminho mais rápido parece-nos o melhor, por isso vamos fazendo opções para seguir esse caminho… felizmente os riachos não são rectos, têm as pedras e as curvas e contracurvas que nos fazem seguir diferentes direcções mesmo quando não nos parece uma opção. Felizmente na minha vida isso acabou por acontecer, houve curvas que me apareceram à frente de que só me apercebi quando estava nelas… e essas curvas fizeram-me seguir por caminhos onde as margens não são simples passagens, mas sim as mais belas paisagens que vi, algo extraordinário. Benditas curvas e quem as desenhou, agora que estou no meio destas curvas e contracurvas na mesma em direcção ao mar estou feliz… porque estou no meio daquilo que há-de melhor!

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Baterias recarregadas

Finalmente as coisas voltaram ao normal… Existem locais que têm a magia de nos purificar completamente. Nestas últimas semanas consegui arranjar uns bocadinhos para aquele tempinho que precisava para mim, ajudaram-me a descansar, a meditar e a ganhar novo fôlego. Tudo isto foi me proporcionado por Ele, poderia ter continuado a procurar maneiras de organizar as ideias com muitas coisas mas bastaram estes dois bocadinhos com Ele para que nada mais fosse preciso. Começando por uma passagem pelo Gerês, senti-me de pulmões completamente cheios e em paz, onde todos os ruídos que ouvia só me tranquilizavam ainda mais… não houve gritos, ruídos estrondosos mas antes doces melodias ao virar de cada esquina. Foi uma bela caminhada… o outro momento onde realmente consegui pôr a cabeça em ordem foi na peregrinação a Fátima. Já a muito tempo que queria tirar um momentinho para simplesmente estar lá… estar praticamente sozinho à noite no recinto do santuário onde não vemos movimento e as únicas fontes de luz são os três locais de oração foi das melhores visões que já tive. Não houve nada melhor para limpar o meu espírito e para clarificar as ideias, vim de Fátima com dúvidas acerca de alguns assuntos mas a força renovada com que vim lá fez com não me fechasse nessas dúvidas e por isso fiz por agir… e agora essas dúvidas dissiparam-se, as vezes basta uma simples presença para dissipar as nossas dúvidas. Se houve pensamento que sempre tive desde que voltei de Fátima é que não podia ver aquele fim-de-semana como uma festa, como algo de especial e único… quero antes que seja o meu dia-a-dia. Não quero que esteja tudo mal diariamente e que em momentos assim fique tudo bem como se nada se passa-se… quero que se prolongue indefinidamente, caso contrário… tudo isto não terá valido a pena.